segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Encaixotando o universo

É, chegou a hora que nunca chegava: hora de fazer as malas.
- 7 pares de all star
- CDs, DVDs
- (muita!) roupa
- fotos
- a Mel
- família
- amigos

Nada disso cabe por completo na minha mala. Nenhum pedaço disso eu gostaria de deixar. Mas, infelizmente, terei. E, por mais estranho que possa parecer, justamente pelo fato de ter que deixar meu mundo por aqui é que estou indo viajar.
Vai entender!


Agora é hora de arrumar as malas. Escolher as roupas, eleger momentos, deixar pertences para trás. A mala, feita em camadas, aos poucos vai enchendo. E se enchendo. Como levar o meu mundo, vasto mundo, numa caixa sem moldes? Sento em cima, mas de nada adianta, ela não fecha. À frente dos olhos um dilema: o que deixar? Meu mundo inteiro é importante. As roupas, os calçados, os enfeites e fotos. Tudo faz parte de um universo completo, o meu universo. Encaixo, tiro, coloco de novo cada peça do meu quebra-cabeça. Finalmente a mala fecha. Para fora, resta ainda tudo aquilo que é grande ou pesado demais para carregar pela vida ou pelo mundo. O relógio denuncia o tempo que se esvai. Parto, então, dilacerando o cordão umbilical. Parto árduo, puxando, por uma alça, o meu pequeno universo mutilado.

(Guta)

Nenhum comentário: